Saturday, April 21, 2007

As modas

Os blogues ganharam novas funcionalidades e perderam de vista a sua matriz originária: produzir pensamento e opiniões, ser expressão autoral de sensibilidades políticas, artísticas, sociais, ideológicas. Hoje, se pularmos de blogue em blogue, observamos que eles se copiam uns aos outros, citam-se entre si, e remetem para o que eles demarcam e apropriam como território exclusivo, e perderam força diferenciadora. Mesmizaram-se e reproduzem a mesma solução de que padecem os media: cederam ao "espectacular", ao imediato, ao sensacional, aos sound-bytes impressivos, à fotogenia.

Como é sabido, nem sempre as mudanças trazem boas novidades. Do mesmo modo que nem sempre deixar tudo como estava no início é sinal de vitalidade e de excelência. Mas nisto dos blogues, as transformações foram pelo caminho da lógica "comercial". Em vez de audiências e tiragens, os bloguistas ficaram reféns do mesmo frenesim "consumista", neste caso, do número de visitas e da quantidade de comentários, e isso empobreceu-os inevitavelmente, e talvez "inconscientemente". Jogaram na facilidade e na rapidez, numa disputa onde a aceleração e a instantaneidade marcam o "top".

Com prejuízo da assimilação, da ponderação e da singularidade.

Parece que neste caso, a esquerda extrema cola-se à recuperação do "clássico".

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