Wednesday, May 16, 2007

subsídio à procriação

"Quem faz um filho, fá-lo por gosto". Sim, devia ser assim. Mas também não chega. Quem faz um filho tem também de fazer contas antecipadamente, não vá dar o gosto em desgosto. Ora aqui no Alentejo parece que o pessoal não gosta muito de fazer filhos, ou faz mal as contas, ou faz bem as contas e o resultado só podia dar em desgosto. Para além disso, por muito que se goste de fazer filhos, são cada vez menos os que estão em idade útil de procriar, o que nenhum dinheiro do mundo pode inverter.
Como tal, para fazer face a esta tendência esterilizante e desertificadora, alguns autarcas alentejanos, não podendo produzir mulheres parideiras, nem estancar a fuga dos jovens para outras paragens, resolveram tornar as contas dos futuros e potenciais pais menos catastróficas e migalhar (ou subsidiar) as custas dos bebés.
Começa à nascença o endividamento (neste caso, moral) das novas gerações de alentejanos. Aos bebés proveta, in-vitro e tal, sucederá no Alentejo o bebé "rendimento mínimo". E se o montante subir, logo se cantará: "Quem faz um filho, fá-lo por troco"...

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